quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sonhos de uma tarde

As ondas do mar crescem à medida que a geada aumenta e vão caindo pequenos flocos de neve do céu, aos poucos. Passeiam pela areia pessoas trajadas com roupas vetustas e já sem cor de tão velhas que são. Todos passam aqui, neste sítio tão etéreo e puro em que me encontro neste momento. As ondas batem nas enormes e inalcançáveis rochas e o calor já desaparecera havia muito. Está frio, o céu está a escurecer e as pessoas vão ocupando os seus lares. Estou sentada num rochedo, sozinha na companhia só dos anjos e a observar este tão sublime mundo. Há coisas bonitas! Gostava de ter alguém a meu lado agora. Enquanto me encontro na companhia do mar e da areia, sonho comigo, neste mesmo sítio, mas acompanhada pelo meu amor. Nunca vivi uma incrível história de paixão como nos filmes... Gostava de a viver e de escrevê-la, um dia. É disto que eu vivo e é assim que eu sou. Imagino cenários inauditos e pessoas extraordinárias, sonho, idealizo e vivo, assim, feliz. Não posso afirmar ser uma pessoa triste, porque não o sou, com certeza. Falta-me sempre algo, eu sinto isso, mas falta-nos a todos alguma coisa. É assim que eu vivo e sou feliz porque sonho. 
Nunca deixem de sonhar!

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Desilusão

Tenho saudades do quão fáceis as coisas eram antigamente. Nada me custava nem destruía, chorar duas vezes numa semana já era uma imensidão para mim. Agora, habituei-me a chorar todas as noites e conheci a saudade e a desilusão. Hoje desiludi-me e estou abalada por dentro. Estou triste com uma amiga que faz já parte de mim há uns bons anos. Com o olhar focado em nada e com o nevoeiro que se faz mostrar à minha frente, eu choro e entrego-me com toda a minha alma a esta noite tão lastimosa. Deixo-me cair num chão que desconheço e fecho os olhos, mesmo sem querer. As palavras parecem poucas e as paredes apertadas, as pessoas magoam-me e eu sou demasiado emocional. Deixo-me derrubar por coisas que, a muitos, pouco ou nada afetariam. Esmorecente, débil e sem espaço para mais dor neste meu quarto.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Já não trocávamos vocábulos havia uma eternidade. Tu costumas lá estar e eu também, mas já não conversamos. É estranho estar contigo no mesmo espaço de sempre e, no entanto, não falarmos como antigamente. Sinceramente não sei se esta mudança foi boa ou foi má, mas creio que acredito mais na última opção. Hoje foste conhecer a A. e, não sei bem porquê, isso custou-me bastante. Senti-me tão estranhamente perdida que optei por fingir que nem ali estava. Corri para a casa-de-banho o mais depressa que pude, mas, em vão, não consegui ficar sozinha nem por um momento. Agora estou sentada no assento do carro e, na escuridão da noite, deixo-me levar em pensamentos sobre como as coisas mudaram. Tudo mudou, eu já não sinto aquela louca, ofegante e indescritível paixão que sentira outrora por ti, mas também não é correto afirmar que me senti bem ao ver-te tão perto dela... Não sei, parece que dói nunca conseguir o que ambiciono e pretendo. Dizem que é bom sonhar, mas isso começa a destruir-me por dentro. Eu sonho e sonho muito, mas a vida anda a correr-me mal e prega-me grandes rasteiras quando menos espero. Já nem a Lua me consola, sinto-me só.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Levas contigo a minha alma

Os olhos ardem-me e as pernas já tremem de cansaço, a cabeça dói muito e a alma está escondida. Custou-me tanto, mas tanto estar contigo, já conseguia sentir o tão derradeiro e melancólico cheiro a despedida... Os dedos já perderam todas as forças e o mero ato de pestanejar torna-se, agora, numa árdua e inalcançável tarefa. A chuva já parara de cair, mas eu não consigo parar de chorar. Nunca pensei que isto fosse tão difícil assim, nunca pensei que me levasse tudo o que tenho e que me pusesse, literalmente, sem energias. Não sei se vais cair em maus caminhos lá como já, por cá, o fizeste, não sei e isso preocupa-me bastante. Quero adormecer e, quando acordar, preciso de alguém que me diga que tudo isto não passou de um enorme pesadelo. Quero-te aqui, quero muito! Tenho a alma nas minhas mãos, e sabes? Leva-a contigo.

domingo, 2 de dezembro de 2012

A distância de um olhar


Por vezes pergunto-me
Porque tenho sofrido assim
Vejo o tempo passar
E tudo caindo em mim.

Dói-me ao proferir
Que te deixarei de ver
E dói-me ainda mais pensar
Se de mim te hás-de esquecer.

O corpo já pouco me move
Os olhos já nada sentem
Mas quando me observas ao perto
Pouco ou nada eles mentem.

Já não sinto o chão
Nem, tão pouco, vejo o teto
E deixo-me cair assim
Neste inferno tão discreto.

Aqui ninguém me vê
E eu sofro sozinha
Não há cá ninguém
Senão a tua alma e a minha.

Fico inteira e repleta
Desta melancolia minha
Nesta tão longa noite
Em que a Lua se intitulou rainha.

É ela que me dá forças
E me diz para prosseguir
Dela oiço vocábulos surdos
Que me imploram para sorrir.

Não sei se voltarei
A ser feliz um dia
Mas gostava de voltar
A sorrir como sorria.