domingo, 10 de fevereiro de 2013

Cinco da madrugada

Estava triste, consternada. Era noite de Lua Cheia e nem isso me consolava. O cigarro apagara-se e o copo de sumo estava caído no chão. Sentia-me fria, gelada mesmo. Tinha medo e vontade de lutar ao mesmo tempo e não sabia qual destes escolher. Sentia-me doente, combalida, débil. O tempo parecia não passar. Bateste-me à porta como se pressentisses que eu não estava bem, entraste no quarto e escondeste-me nos teus longos e fortes braços. Chorei e solucei umas cem vezes no teu peito. Não me perguntaste o que se passava, nem sequer me cumprimentaste. Eu gostei disso. Conversas de silêncio e noites de amor, tudo aquilo que nós somos. Caímos no chão os dois, perto da janela. Sentimos a Lua em beijos que me davas por todo o corpo. Senti as estrelas e o céu, a chuva e o chão molhado. Deitaste-me na cama e saíste, deixando-me nos silêncio de um beijo na testa. No quarto ficou o teu cheiro a bondosidade e a cinco da madrugada. Cheirava a poesia, a poemas verbalizados de amor. Cheirava a ti e a mim. A nós. Nada mais.

     

8 comentários:

  1. como tu escreves bem querida, consegues mesmo expressar-te bem

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  2. Não conhecia o teu blog, mas gostei bastante do texto e dessa tua maneira delicada de escrever. Vou passar a seguir :)

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  3. Um muito obrigada Inês! :) Fiquei sem saber o que dizer... Também gostei muito deste teu cantinho, e adoro as tuas referências aos cheiros... sublimes :')

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