Inalo o teu perfume e entrego-me inteiramente a ti. Cheiras a noites quentes, a infindáveis dias de paixão, a afeto, a vida. Tens todo o calor que eu não tenho, o suficiente para aquentar o meu corpo gelado. Do quarto vislumbra-se a Lua, as estrelas e o tão tenebroso céu. Por baixo dos lençóis beijas-me o joelho, aquele que tu mais gostas, a barriga e o peito. Sobes até ao meu ombro e aí deixas-te ficar, paralisado, suspenso, inerte. Entrego-te o meu corpo e acarinha-lo como se fosse o chocolate mais cobiçado do mundo inteiro e, por conseguinte, o teu preferido. Nunca me sentira assim, admito, nem amara ninguém tão intensamente. Os meus sonhos tornaram-se páginas do meu diário, pois tornaste possível tudo aquilo que eu idealizara em anos. "Eu e tu...", sussurras-me ao ouvido. Nesse mesmo momento, a luz apaga-se e a Lua torna-se mais vizinha do que nunca. "Eu e tu.", respondo-te eu. Adormecemos perfeitamente entrelaçados e unidos para todo o sempre.
