
Ela lia a beleza dos céus com o olhar e sonhava poder, um dia, ler amor nos olhos de alguém. As músicas que ouvia, os romances com que chorava, deixavam-na com vontade de ser a Lua nos braços de quem a amasse da maneira que o fazem nos filmes. Era uma só pétala de malmequer deixada cair, uma mera sala vazia, uma vela acesa antes de adormecer. Mas ela não sabia o que se passava dentro de si e chorava, chorava todas as noites até o sol nascer. Nunca ninguém lhe chegara a ver as lágrimas, apenas o melro que lhe chilreava pela manhã ao ouvido enquanto ela acordava e limpava a cara. Ela aparentava ser portadora de uma doçura quase indescritível, mas ninguém parecia querer segurar-lhe o coração. Afinal, a não ser o pequeno melro do sol nascente, não havia quem lhe abraçasse a alma. E era só disso que ela precisava, de alguém que lhe beijasse a face, a abraçasse durante horas e lhe dissesse que tudo iria ficar bem. Só depois percebi o porquê dela apreciar tanto a Natureza... Afinal, haverá coisa mais triste que uma noite passada a escrever lágrimas ao relento? E coisa mais bela que um melro a cantar-nos poesia aos ouvidos?
Escreves tão bem!
ResponderEliminarmesmo que queira não consigo.
ResponderEliminarencantas-me completamente, sabes? parabéns pela maravilhosa escritora que és.
a sério? fico contente!
ResponderEliminarcolocas doçura mesmo nas palavras mais sofridas, não mo canso de te dizer. deixa um certo.. sentido de serenidade e esperança.
ResponderEliminarmuito obrigada, mesmo.
ResponderEliminarperco-me nos teus textos, são tão lindos.
ResponderEliminarNão há um texto neste blog que nao seja incrivel!
ResponderEliminarTextos demasiado magníficos para não seguir este blog. Adorei!
ResponderEliminarimensas saudades de te ler .
ResponderEliminar"Afinal, haverá coisa mais triste que uma noite passada a escrever lágrimas ao relento?" lindooooooooooooo!!
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